Estratégias para Incentivar a Saúde Mental na Equipe de Vendas

Saúde mental em vendas

A saúde mental no trabalho é um assunto que tem ganhado cada vez mais notoriedade.  Especificamente no contexto comercial, o ambiente pode facilmente se tornar hostil quando a gestão é mais tradicional, replicando aos vendedores a mensagem que devem atingir seus resultados a qualquer custo. No estudo Síndrome de Burnout em vendedores: Um estudo sobre os efeitos da pressão por resultados, os autores entrevistaram 150 vendedores de diferentes setores e de diferentes regiões do país.  De acordo com o estudo, 42% dos entrevistados relataram apresentar sintomas significativos de burnout, sendo que dentro deste percentual, 68% apresentaram altos níveis de esgotamento emocional. Os dados são alarmantes e, embora a área comercial seja naturalmente um ambiente que lida com pressão, ter estratégias para encontrar o equilíbrio e dar suporte à saúde mental no trabalho pode ser desafiador. Estatísticas Sobre Saúde Mental no Trabalho  Não é segredo que a saúde mental precária afeta o nosso dia a dia, mas muitas pessoas não percebem como ela também pode afetar os negócios. O impacto da má saúde mental no local de trabalho impacta não apenas a qualidade de vida e a saúde dos colaboradores, como também afeta negativamente os resultados da companhia, resultando em: Estudo da Organização Mundial da Saúde divulgado em 2017 estima que transtornos mentais, como depressão e ansiedade, resultam em uma perda global de US$ 1 trilhão por ano em produtividade.  Trabalhadores com baixa saúde mental são menos eficazes, cometem mais erros e têm dificuldade em manter a concentração e o foco. Já o relatório State of the American Workplace 2017 da Gallup revelou que os funcionários que se sentem esgotados têm 63% mais chances de absenteísmo e 2,6 vezes mais chances de procurar um novo emprego. Além disso, esses funcionários tendem a ser 13% menos confiáveis e 18% menos produtivos. Os funcionários que sentem que sua saúde mental é negligenciada pela companhia têm maior probabilidade de buscar novas oportunidades de trabalho, aumentando a taxa de turnover na empresa. Isso é preocupante pois alta rotatividade significa custos com seleção e contratação, período de onboarding e rampagem. Na literatura, há diversos estudos associando a relação entre burnout e esgotamento físico e mental à taxa de rotatividade da empresa, como ilustrado pelo estudo Burnout and Turnover Intention: The Moderating Impacts of Perceived Organizational Support and Leader-Member Exchange. Um relatório da OECD indica que problemas de saúde mental resultam em um aumento significativo do absenteísmo (ausências no trabalho) e presenteísmo (trabalhar sem condições plenas de produtividade).  Funcionários com a saúde mental prejudicada são 2 a 3 vezes mais propensos a tirar dias de folga devido à doença, e também tendem a estar presentes fisicamente no trabalho, mas incapazes de realizar suas tarefas de forma eficaz. Ansiedade e estresse crônico também podem impedir que os funcionários “compareçam” totalmente ao trabalho, levando à redução da eficácia e a erros sistêmicos.  Além de impactar o engajamento e a produtividade, problemas de saúde mental podem afetar inclusive os esforços criativos e a capacidade de tomar decisões e resolver problemas.  Um estudo recente da Qualtrics relatou que aqueles que pessoas que enfrentam problemas de saúde mental sentem que tarefas criativas ou que requerem soluções criativas exigiam mais esforço para serem realizadas.  Como Promover a Saúde Mental no Trabalho? Por meio de feedbacks, benchmark e com base em estudos relevantes sobre o tema, mapeamos as principais práticas que todo líder deve conhecer para incentivar para garantir que seu time esteja, de fato, em condições mentais adequadas para performar conforme seus potenciais. Pessoas emocionalmente estáveis são realmente envolvidas no trabalho e têm mais chances de entregar engajamento e performance. De acordo com o livro The Power of Full Engagement, a chave para ter performance, saúde e felicidade é gerenciar a sua energia, e não o seu tempo. Escrito por Jim Loehr e Tony Schwartz, psicólogo esportivo e consultor de liderança, respectivamente, a mensagem principal do livro, resultada de pesquisas, dados empíricos e estudos de caso, é: para atingir o envolvimento total, é preciso que as pessoas alinhem e nutram quatro dimensões em suas vidas: Estar fisicamente energizado é um dos fatores que contribuem para que profissionais tenham a saúde mental regulada. Isso se deve a múltiplos fatores. Jim Loehr e Tony Schwartz enfatizam que o corpo é a base sobre a qual todo o desempenho e bem-estar são construídos. Se uma pessoa não estiver fisicamente energizada, seu desempenho nas outras dimensões também será prejudicado. Quando o corpo está esgotado, a capacidade de concentração, a resiliência emocional e a clareza mental sofrem impactos negativos. Como não poderia ser diferente, energia física envolve a prática de exercício físico, afinal, ajuda a regular é não só a saúde cardiovascular, mas também para aumentar a capacidade de recuperação e a resistência, graças aos hormônios que liberamos naturalmente.  O exercício físico é descrito como uma ferramenta fundamental para liberar o estresse e renovar a energia. Pessoas fisicamente energizadas tendem a apresentar características como maior resiliência, melhor desempenho cognitivo, mais estabilidade emocional e engajamento contínuo. Uma dica importante é procurar alguma prática física que você goste ou tenha alguma familiaridade e desenvolva continuamente até que se torne um hábito. Outros aspectos que contribuem para uma vida física energizada incluem boa alimentação, com multiplicidade de nutrientes; sono regulado e descanso. Estar emocionalmente conectado é a segunda dimensão necessária para alcançar um bom desempenho, saúde mental e bem-estar sustentável.  De acordo com o livro mencionado, a conexão emocional é fundamental para a motivação, o compromisso e a capacidade de manter um alto nível de energia ao longo do tempo.  A forma como nos sentimos em relação ao que fazemos, às pessoas ao nosso redor e ao nosso propósito de vida tem um impacto profundo em nossa capacidade de permanecer engajados e resilientes diante dos desafios. A conexão emocional é construída e sustentada de maneiras diferentes: por meio de nossos relacionamentos, tanto na vida pessoal quanto profissional, mas também envolve envolve a habilidade de gerenciar nossas emoções de maneira eficaz.  Isso significa ser capaz de reconhecer, entender e expressar nossas